"Luizinho", como era conhecido, começou sua carreira em 1958 nas mil milhas Brasileiras em Interlagos, ao lado de outra lenda do automobilismo, Bird Clemente, e foi um dos mais respeitados e vitoriosos pilotos do país, reconhecido internacionalmente. Venceu provas das Mil Milhas, 24 horas, 500 km, 1000 km, 12 horas, 3 horas de velocidade, além de ter sido campeão brasileiro por cinco vezes. Ao todo, segundo consta no próprio site de Bueno, foram registrados 21 títulos entre 1962 e 1967.
O atual proprietário da Berlineta 21 (carro e número que Bueno corria na década de 60), José Manoel Martins Paiva, lamenta com pesar o falecimento de um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro. "Fico muito triste com essa notícia, com certeza ele está olhando por nós junto de Deus. Tenho muito orgulho de ter a Bereneta 21, carro campeão em 1964. É uma forma de resgatar a história do carro e de Bueno, é uma peça que merece estar guardada em um museu", revela Paiva.
"Peroba", como era chamado nas pistas, ficou conhecido nos autódromos devido à sua grande resistência física. Luiz Pereira Bueno parte deixando um fabuloso legado no automobilismo brasileiro. Bueno integrou o departamento de competições da Willys Overland do Brasil desde o seu inicio, sob a tutela de Christian Heinz o "Bino". Com esta composição formaram a maior e melhor equipe de competições que o Brasil já possuiu. Após a morte prematura de Christian nas 24 Horas de Le Mans de 1963, Luis Antonio Greco assumiu o comando da equipe e formou um verdadeiro time de "Ases". Além de Luizinho integravam a equipe, Bird Clemente, José Carlos Pace, Wilson Fittipaldi JR., Emerson Fittipaldi, Chico Lameirão e Carol Figueiredo.
Luiz Pereira Bueno ficou conhecido também pelos grandes feitos. Em 1969 foi para a Europa e participou da temporada de F-Ford, tendo como chefe de equipe o ícone Stirling Moss. No mesmo ano consagrou-se vice-campeão da categoria, mesmo tendo começado a correr no meio do campeonato. Participou da primeira temporada de F-Ford no Brasil, o Torneio BUA.
Henrique Thielmann, presidente da FBVA, lamentou o falecimento de Luiz Bueno. "É uma tristeza enorme. Bueno ajudou a construir nossa história, sem dúvida jamais será esquecido por todos os amantes do automóvel e sempre será um exemplo para todos". Para Ronaldo Nazar, admirador e conhecedor da trajetória de Bueno, sua perda forma uma lacuna na história do automobilismo brasileiro. "À família e amigos, os sentimentos pela perda de tão querida pessoa. Peroba parte deixando um fabuloso legado no automobilismo brasileiro", finaliza Nazar.
Como bem diz a biografia completa de Bueno em seu site oficial (http://www.luizpereirabueno.com.br/index.php): "Luiz Pereira Bueno, o Peroba" é uma verdadeira lenda das pistas. É o grande decano do automobilismo brasileiro. É o piloto que uniu a era amadorística de Chico Landi, ao profissionalismo que tem início em Emerson Fittipaldi".