Sérgio Nunez Cordeiro e Luiz Carlos Medoza foram os primeiros a largar, do British Club, pontualmente às 9h, num VW Sedan de 1954. Com intervalo de um minuto entre as partidas, 37 carros deram início ao rally, que teve como cenário a Serra Gaúcha.
 
No trajeto, uma encantadora paisagem margeava os dois lados da estrada. A mistura de carros antigos nesse visual da Serra Gaúcha chamava a atenção não só de quem estava parado nas ruas, estradas e casas do caminho, como dos próprios carros que cruzavam com as raridades do antigomobilismo. “O carro antigo desperta simpatia, curiosidade, vontade de aproximação para saber a história do veículo”, destaca o presidente do Classic Car Club – RS, Rodrigo Cirne Lima.
 
Ao chegarem à Vinícola Peterlongo, os competidores puderam conhecer a história do primeiro e único champagne brasileiro e como o mesmo é produzido e armazenado. Além do passeio, os antigomobilistas puderam degustar alguns produtos da Vinícola. O sabor agradou tanto que muitos saíram com mais de uma garrafa de recordação.
 
Na Vinícola foi oferecido um almoço e logo após os competidores pegaram a estrada novamente, rumo ao Clube Veleiros do Sul, em Porto Alegre.  Às 17h os carros começaram a chegar ao Clube, onde acontece a premiação e um churrasco de confraternização.
 
“O saldo desse rally é totalmente positivo. O objetivo é a confraternização e isso foi mais que satisfatório. O tempo também ajudou muito. Só pegamos chuva no final. O que mais gosto é a confraternização, as pessoas conversando, os carros andando, mais do que a competição em si. É o que mais prezo e estímulo”, enfatiza Rodrigo Cirne Lima.
 
Rodrigo está apostando as fichas na dupla Rogério Franz e Mário Nardi, que competiram num Passat TS de 1977. A dupla foi campeã da 1ª etapa do Campeonato. “A gente fez uma boa prova. Acho que estamos entre os primeiros. De repente teve outra dupla que foi bem também, mas acredito que entre os primeiros nós ficamos”, diz Rogério. O competidor, que é de Porto Alegre, destacou que o passeio na vinícola foi muito interessante, além da organização da prova: “O Classic Car Club é excelente na organização de rallys. São sempre provas de qualidade”. E como todo antigomobilista, destaca a confraternização com os amigos: “Rever os amigos é muito bacana e esses eventos são oportunidades de encontrá-los”.
 
Se fosse premiar os carros mais interessantes, Rodrigo daria os três primeiros lugares respectivamente para o MGA de 1959, de Marcelo Mantelli, para o Alfa Romeo 2600 Touring de 1966, de Wanderley Natali, e para o Saab 93 de 1956, de Alberto Quevedo. Rogério Franz destacou o MGA como o carro mais interessante da prova.
 
Para o presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), Henrique Thielmann, a etapa foi muito boa e competitiva: “O trajeto, além de muito bonito, exigiu muito de todo mundo”. E completa: “Foi um dia de alegria, de sorrisos. Foi muito bom a visita na vinícola, ver como começaram a produção, a luta no Supremo Tribunal Federal para que pudessem usar o nome champagne. Além disso, São Pedro ajudou muito, pois tinha previsão de chuva, mas só tivemos garoa. O Classic Car está de parabéns pelo belo trabalho e esforço. Chegou a hora de nos prepararmos para a etapa de Blumenau, dia 1º de julho. Agora vamos aguardar o resultado de hoje”.
 
O resultado e a premiação da 2ª etapa do III CBR estão previstos para as 21h. Enquanto aguardam ansiosos o resultado, os competidores colocam a conversa em dia e trocam informações sobre antigomobilismo num típico churrasco gaúcho de confraternização.